Temporada 3 da websérie Ancestrais do Futuro promove reflexões sobre memória e ancestralidade

Projeto conta com cinco curtas-metragens produzidos por coletivos audiovisuais de periferias ao redor do Brasil; pela primeira vez contou com evento presencial de lançamento

Projeto conta com cinco curtas-metragens produzidos por coletivos audiovisuais de periferias ao redor do Brasil; pela primeira vez contou com evento presencial de lançamento.

Pelo direito à memória e a poder contar a própria história. Essa lógica foi o fio condutor da terceira temporada da websérie Ancestrais do Futuro, iniciativa da Fundação Tide Setubal que visa evidenciar as narrativas e a produção audiovisual das periferias de todos os cantos do Brasil.

Nesta edição, o projeto contou, em sua primeira fase, com participações de 25 coletivos audiovisuais de territórios periféricos do Lab Enfrente, laboratório composto por aulas magnas sobre temas diversos sobre o trabalho cinematográfico. A participação desses mesmos grupos ocorreu após eles receberem uma carta-convite para que pudessem integrar esse ciclo formativo.

Um ponto a ser destacado: boa parte das aulas magnas foi ministrada por coletivos selecionados nas temporadas anteriores da série. A proposta se conecta à ideia de manter a rede de trocas viva a partir dos saberes dos territórios, gerando recursos. Ainda, o Lab Enfrente contou também com coordenação executiva de Tony Marlon e Well Amorim, respectivamente jornalista e cineasta.

Os temas abordados foram:

  • Memória, com Bianca Santana, doutora em ciência da informação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP);
  • Roteiro, com Lucas Emancipado, da Obirin, produtora participante da segunda temporada da série;
  • Produção, com Gabriela Matos, da Renca Produções (MG);
  • Som, com Bruno Maciel, do coletivo Tomada Periférica;
  • Fotografia, com Bruno Maciel, do coletivo Tomada Periférica;
  • Montagem e edição, com Natara Ney, diretora, roteirista e montadora;
  • Direção, com Wesley Xavier, do Cine Quebrada (SP), participante da segunda temporada;
  • Distribuição, com Yuri Rodrigues, da Dzawi Filmes, selecionado na segunda temporada.

Além das aulas magnas, o ciclo formativo contou com momentos nos quais integrantes dos coletivos participantes do ciclo de masterclasses puderam compartilhar suas experiências e seus saberes cinematográficos com os outros coletivos que estiveram nas mesmas aulas.

Após o ciclo de aulas magnas, a pré-produção da temporada 3 de Ancestrais do Futuro contou com processo de seleção entre as 25 coletivas inscritas. O processo seletivo contemplou aspectos como a pertinência dos projetos em relação à premissa da temporada, densidade narrativa e criatividade técnica e estética.

Ao fim dessa etapa, cinco coletivas foram selecionadas e receberam o aporte de R$ 20 mil para produzir, cada uma, um curta-metragem com até oito minutos de duração. O valor poderia ser investido pelos coletivos conforme a necessidade de cada um – tanto para a produção dos filmes como para a aquisição de equipamentos e garantia da infraestrutura. Os cinco coletivos selecionados foram:

  • Negritar Produções, de Belém (PA), responsável pelo curta-metragem Sem Encruzilhadas;
  • DDB7 Produções, de Londrina (PR), que realizou Marias do Sul;
  • Coletivo Força Tururu, de Paulista (PE), que produziu Um Campo e Suas Vidas;
  • Souza.Doc, de Santarém (PA), que idealizou O Trançado;
  • Olhar Marginal, da Baixada Santista, que produziu Neurótico e Consciente.

Divulgação e lançamento

Esta edição de Ancestrais do Futuro contou com campanha de divulgação nas redes capitaneada por coletivos selecionados nas duas primeiras temporadas da websérie. As peças, de um minuto, destacaram a importância da produção cinematográfica periférica e foram feitas por:

  • Cinequebrada Produções (SP);
  • Coletivo Obirin (PE);
  • MT Queer (MT);
  • Rede Tumulto (PE);
  • Apeirom (DF);
  • Dzawi (PA).

O lançamento da série aconteceu em 8 de novembro, no Itaú Cultural. O evento contou com duas mesas de conversas com representantes dos cinco coletivos. Quatro integrantes participaram presencialmente, enquanto Rute Araújo, da Souza.Doc, marcou presença por meio de videochamada.

A primeira mesa, O Cinema como Memória, contou com exibição dos curtas-metragens Um Campo e Suas Vidas e O Trançado, teve mediação de Tony Marlon e participações de Cidicleiton Luiz da Silva (Coletivo Força Tururu) e Rute Araújo.

Já a segunda mesa de debates, Criando Mundos: pelo direito à ficção, foi marcada pelas exibições de Sem Encruzilhadas, Marias do Sul e Neurótico e Consciente. Os diálogos foram mediados por Well Amorim e contaram com as presenças de Dani Barbosa (DDB7 Produções), Mário Costa (Negritar Filmes) e Andrey Haag (Olhar Marginal).

Fernanda Nobre, gerente de comunicação da Fundação Tide Setubal, destaca como a série e o evento de lançamento da temporada 3 mostram caminhos possíveis para a construção de novas possibilidades narrativas e estéticas. A mesma lógica vale para a relação do Investimento Social Privado (ISP) com a comunicação e a produção periférica.

“A websérie Ancestrais do Futuro e este evento, que reúne pela primeira vez as coletivas participantes nesta mostra seguida de conversas, é um sonho que está sendo realizado. Esse projeto evolui ano a ano com novos formatos, criados pelas coletivas para contar suas histórias e suas causas.”

Fernanda Nobre, gerente de comunicação da Fundação Tide Setubal

Os cinco episódios da temporada 3 de Ancestrais do Futuro estão disponíveis no Enfrente, canal da Fundação Tide Setubal no YouTube.

Confira, a seguir, de modo aprofundado, quais foram as ações implementadas em 2022 pela área de Prática de Desenvolvimento Local.